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Ilusões liberais, ilusões científicas e o martelo rompe-ilusões.

  • Foto do escritor: Fábio Tardelli
    Fábio Tardelli
  • 14 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

“O bem-estar e o progresso da Europa foram construídos com suor e os cadáveres dos negros, dos árabes, dos indianos e dos amarelos. Isso, nós decidimos não esquecer.” (F. FANON. p.98)

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Essa sentença extraída do livro “Os condenados da Terra”, datada dos 1960 e de autoria do acadêmico negro Frantz Fanon pode exprimir exatamente o pensamento por de trás das manifestações que sempre ocorreram, mas que se intensificaram depois do assassinato de George Floyd por policiais brancos nos E.U.A. e de outras dezenas de pessoas pretas nas favelas aqui do Brasil, incluindo crianças.

Essas manifestações trazem reivindicações antigas, datadas de séculos, desde quando o europeu invadiu as primeiras terras, lá estavam os nativos para tentar resistir a todo o processo de pilhagem que ocorreu, ao contrário do que viera por vezes dizer certos escritores e acadêmicos que tendenciosamente inventaram as mais diversas teorias para esconder isso. Desde a colonização pacífica até a falsa democracia racial, tantas outras surgiram e foram empregadas visando que a figura das classes dominadas fossem constantemente desvinculadas das ideias de luta e resistência.

Por exemplo, Toussaint Louverture, grande figura da Revolução do Haiti, que conseguiu resistir aos grandes impérios coloniais da época, como França e Inglaterra, resistiu a severos ataques, alguns desses das tropas de Napoleão, mesmo assim, Toussaint é pouco conhecido hoje em dia. Outro também, Zumbi dos Palmares, caluniado até hoje por supostamente escravizar negros igual os senhores brancos faziam, foi o maior governante que o território brasileiro pode conhecer visto o complexo processo de resistência que foi o Quilombo dos Palmares. Até mesmo Angela Davis que lutou ao lado dos Panteras Negras, teria sido assassinada pelo governo estadunidense se o seu caso não tivesse tomado proporções internacionais.

Inclusive ainda hoje é possível notar essa constante tentativa de não tocar no real ponto do problema, como no caso da Band-Aid que após 100 anos de empresa, anunciou em junho de 2020 que vai oferecer a tonalidade negra nos seus curativos. Ou também o time de futebol americano Washington Redskins que após anos atrás o dono alegar que jamais trocaria o nome do clube, agora por pressões empresariais, resolveu abandonar o nome de Redskins. (Redskins significa peles vermelhas, referência discriminatória a povos nativos que viviam na região). A ironia dessas atitudes está no fato de empresas como essas serem as responsáveis pelos salários baixos, condições insalubres de trabalho ou até mesmo pelo grande número desempregos que hoje existem, pois esse é o resultado de sucessivas automações tecnológicas que essas empresas aplicam para diminuir seus custos. Na verdade mesmo, pouco importa a cor do curativo quando se tem mais e mais pessoas vitimadas pela ganância da classe dominante por lucros, ou muito menos importante é o nome de uma equipe, enquanto a polícia matar pessoas inocentes só pela cor da pele. Texto por Anderson Lima

 
 
 

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© 2020 por F. A. TARDELLI FILHO

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